terça-feira, 11 de abril de 2017

Resenha: Galveston


Para a abertura do blog, apresento à vocês o Livro Galveston, do autor Nic Pizzolatto, publicado no Brasil pela editora Intrínseca, em 2015. Pode ser encontrado tanto em formato físico, como em E-book.

Nome: Galveston
Autor: Nic Pizzolatto
Páginas: 240
Formato: Físico
Editora: Intrínceca
Ano: 2015
Avaliação geral: 4/5.





Sinopse

No mesmo dia em que é diagnosticado com câncer no pulmão, o matador de aluguel Roy Cady pressente que o chefe, um agiota e dono de bar que é o mandachuva em Nova Orleans, quer vê-lo morto. Conhecido entre os membros da gangue pelo nada afetuoso apelido de Big Country, por causa do cabelo comprido e das botas de caubói, Roy desconfia de que o serviço de rotina para o qual foi enviado possa ser uma emboscada. E de fato é. Mas consegue inverter os papéis e, após um banho de sangue, escapa ileso.

Além de Roy, só há mais uma pessoa viva no local, uma mulher, e num ato impensado ele aponta uma arma para a cabeça dela e a leva consigo na fuga em direção à cidade de Galveston - uma decisão imprudente e sem volta. A mulher, uma prostituta de 18 anos chamada Rocky, é jovem demais, durona demais, sexy demais - e certamente trará para Roy problemas demais.

Alternando passado e presente, Galveston é um thriller impregnado com o melhor da atmosfera noir. Uma narrativa ágil, permeada de diálogos marcantes e construída com o máximo de tensão, prova do inegável talento literário de Nic Pizzolatto.



 Resenha

Eu conheci o Pizzolatto por Galveston, o livro é narrado por Roy Candy, assassino por natureza, logo no começo da história ele se depara com uma notícia de chocar qualquer um: ele é diagnosticado com um câncer pulmonar e, devastado, dispensa qualquer tipo tratamento e mal deixa o médico acabar de explicar. A vida do Roy sempre foi difícil, abandonado pelo pai ainda criança e com uma mãe suicida, ele passou parte da sua juventude em um orfanato, e acredita que esse é o motivo de fazer o que faz.

Uma série de acontecimentos nos faz entender que ele teve que abrir mão de muita coisa, inclusive de mulheres que ele achava que eram o amor da vida dele. Sua última decepção amorosa, Camren, estava se relacionando com o seu chefe, Stan, e Roy trata isso como um assunto pessoal o fato dele ter "roubado" sua amada.

A trama começa quando Stan contrata assassinos e arma uma cilada para Roy e alguns outros homens, era para ser um assassinato em massa, mais como o Candy é um Jackie Chan da vida, matou todo mundo, deixando viva apenas uma prostituta, Rockie, que estava sendo feita como refém, ele, mesmo sendo um assassino, se sentiu tocado para ajudar aquela moça, e creio que o autor quis passar que por mais ruim que a pessoa seja, ela ainda sim pode se redimir, mesmo que, naquele momento, o personagem não soubesse muito bem o que estava fazendo.

A história foca no Roy e na Rockie e, aos poucos, vamos entendendo a vida de cada um e, juro para vocês, é cada revelação sobre a garota que chegou um trecho do livro que eu tive que reler umas nove vezes para ter certeza que realmente li o que achava que havia lido.

A narrativa é tensa e cheia de suspense, prende totalmente a atenção do leitor, sem falar na maneira implícita que o autor mostra como a vida de qualquer um pode mudar, se ele quiser. O livro consiste em divisões: Antes e Depois. A maneira como o Nic alterna perfeitamente o tempo sem deixar nenhum prejuízo para o entendimento é uma verdadeira tacada de mestre.

A minha única reclamação do livro é a forma como ele terminou, acho que fiquei tão absorta com a história que ficou com um gostinho de quero mais, ainda assim acho que ficou faltando um desfecho mais detalhado, mas isso não é nada que tenha prejudicado a leitura. Não tiveram pontas soltas, nem nada que me fizesse querer desistir, apesar de que em algumas partes (talvez fosse apenas por culpa de uma momentânea desatenção) eu tivesse de ler algo várias vezes para um entendimento completo. O livro é realmente ótimo e, com certeza, ideal para quem ama um romance policial.


Frases do Livro
  •   Vocês está fazendo isso parecer muito fácil, considerando como tem cuidado de si mesma até hoje. Como se realmente não soubesse do que está falando. Como se estivesse apenas desejando que isso aconteça. E quando não acontecer, o chão vai se erguer e esmagar você. (pag. 64)
  •  Um céu repleto de nuvens selava o horizonte, e senti como se fôssemos insetos rastejando plea borda do mundo. O que éramos, de certa forma. (pag. 65)
  • Você não sobrevive a certas experiências, e, depois delas, não existe mais de forma plena, apesar de não ter morrido. (pag. 69)
  • Ela dizia que ficávamos melhor quando não éramos sérios, que não havia sentido em levar as coisas a sério. Acho que nunca acreditei nela de verdade. (pag. 83)
  • Descobri que todas as pessoas fracas compartilham uma obsessão básica: elas se fixam na ideia de satisfação. Em qualquer lugar a que você vá, homens e mulheres são como corvos atraídos por objetos brilhantes. Para alguns, esses objetos brilhantes são outras pessoas - e seria melhor ser viciado em drogas. (pag. 88)
  • O problema com o suicídio é que quando alguém chega a esse ponto, o estrago já está feito. (pag. 92)
  • Nunca fui outra coisa além de confusão. (pag. 98)
  • A loucura de algumas pessoas é pior do que as outras. (pag. 130)
  • Você sabe como é. Algumas pessoas. Algo acontece com elas. Normalmente, quando são jovens. E elas nunca superam. (pag. 174)
  • O passado não é real. É apenas uma daquelas ideias que você tem e pensa que é real. O passado não existe. (pag. 204)
Resenhado por Amanda Oliveira.

2 comentários:

  1. Esse não parece ser o meu gênero favorito, mas fiquei realmente curiosa porque a história parece realmente ter um suspense instigante daqueles que não te deixam largar o livro até a última página.
    As frases são realmente perfeitas e adoro lê-las para ter uma ideia a mais sobre o livro, fiquei realmente curiosa. Adorei a sua resenha e vou anotar a dica!
    Magia é Sonhar

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    1. Pode anotar, vale muito a pena ler. Muito obrigada. Beijos, Amanda.

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